A rainha mais famosa do Egito, Cleópatra, ganha uma versão tupiniquim de sua biografia. Interpretada pela atriz Alessandra Negrini e com a participação de Miguel Falabella (Júlio César), Bruno Garcia (Marco Antonio) e grande elenco. Com direção de Julio Bressane e direção de fotografia de Walter Carvalho.
As filmagens começaram de 2005, mas o filme só foi lançado em 2007, as locações foram realizadas na cidade do Rio de Janeiro, onde Copacabana foi transformada no Rio Nilo. Textos de Plutarco formam a base roteiro do filme. De início, a idéia do diretor era convidar o ator egípcio Omar Shariff, para participar, interpretando um sacerdote, mas devido ao baixo orçamento, não foi possível. Cleópatra é apresentada, no filme, de maneira sedutora e passional, mas sem deixar de lado a vocação política, a ousadia estratégica e a ambição da personagem. Foram pesquisados cerca de 200 quadros relacionados ao contexto do filme para se criarem cenas e cenários.
O filme venceu em 2007 o Festival de Cinema de Brasília. Apesar das inúmeras comparações com as versões anteriores, como a mais famosa, com Elizabeth Taylor, o longa ganha identidade e pode vir a ser uma referência no cinema nacional. A motivação do diretor veio da constatação de que não há quase nada sobre Cleópatra na literatura de língua portuguesa, com exceção de alguns versos de “Os Lusíadas” e um verso de Olavo Bilac. "Tentar ver esse mito da perspectiva da música da língua portuguesa, tal como ela se expressa no Brasil. É uma Cleópatra lírica, não épica", ressalta Bressane.
A polêmica versão nacional
Nessa Cleópatra de Bressane, o som é da música popular brasileira, o cenário é carioca, fatos que criam uma personagem única e diferente. Não é hollywoodiana, mas possui em suas atitudes e postura, a permanência do mito que a predestina. Ela é conhecida do Oriente ao Ocidente, de Roma ao Egito, é erudita e simples, tem um pouco de cada para realçar todos os seus contrastes. Embora classificado como um drama biográfico, o filme é cheio de cenas de amor e de aventuras, capaz de criar um vínculo de identidade entre o telespectador brasileiro e a história da rainha, que no fundo só queria ser ela mesma: amar e ser amada, e também, um pouquinho de poder, como toda mulher sempre sonha em ter.
Cleópatra é o tipo de mulher que causa inveja a qualquer uma outra: nenhuma amou tanto ou foi tão amada como esta. E, mesmo com seu final infeliz, conseguiu a felicidade em seus romances. É um exemplo perfeito de beleza, inteligência e determinação e sempre teve vontade própria.
“Cleópatra, Como última representante da dinastia dos Ptolomeus, seduziu Júlio César com a sua cultura refinada, usando o seu grego arcaico. Já com Marco Antonio, seu relacionamento foi sobretudo carnal", diz o diretor. "Com César, ela desenvolve a idéia de fundir o Império Romano com Alexandria. A imagem é a da pirâmide que sobe. Com Marco Antonio, a pirâmide desce, vira vulva, é o abismo dionisíaco, a ponto de ela abandonar a vida que não fosse a vida sexual."
A inversão de poder entre Roma e Egito, entre homem e mulher, se expressa numa cena das mais curiosas, na qual César e Cleópatra falam cada um com a voz do outro.
Bressane encena sua "Cleópatra" na confluência entre a literatura, a pintura, a dança e acima de tudo, o teatro, "não apenas o teatro ocidental moderno, de palco e platéia, mas também o teatro primordial do transe, do terreiro".
Como sempre ocorre com a arte de verdade, há os que embarcam e os que ficam de fora. "Hoje há uma padronização de tal ordem no ritmo das imagens que tudo o que foge dos clichês dominantes é tido como fora da lei. Em Brasília, pedi paciência ao público. Ao fim, a maioria aplaudiu o filme, que não era feito para isso. É sinal de que houve comunicação."
Saiba mais... A Vida da Rainha Cleópatra
Uma linda mulher, rainha, cobiçada por diversos homens, teve a vida cercada de poder e luxo em uma época em que seu país era soberano, porém nada disso impediu o seu fim trágico. Casou-se com seu irmão, para assim poder governar o Egito.
Teve um romance com Júlio César e mais tarde com Marco Antonio. Em seu declínio a rainha se suicida envenenada por uma serpente.
Nascida em 69 a.C. na cidade Alexandria, filha de Ptolomeu XII e da Rainha Cleópatra V, apesar de ter nascido em solo egípcio pertencia a uma dinastia macedônica. Sabe-se pouco sobre sua infância e adolescência, mas sobre sua vida no comando do Egito existem inúmeras histórias. Além de ser uma mulher bonita, Cleópatra é conhecida pela sua inteligência e diplomacia.
Antes do falecimento de seu pai, em 51 a.C., ela e o irmão Ptolomeu XIII foram nomeados soberanos do Egito. Seguindo o costume de sua dinastia, Cleópatra se casou com o irmão.
Desde que assumiu o trono, ela percebeu que Roma era uma nova potencia e que caso desejasse manter-se no poder deveria manter boas relações com a Cidade Estado. Por seu comportamento em lutar contra Júlio César, os conselheiros insinuaram que ela pretendia governar sozinha, fato que a fez ter de fugir para o sul Egito. Sua vida foi uma verdadeira aventura que ainda hoje é lembrada e estudada pela humanidade.
Por Fábio Barbosa e Diego Francisco
As filmagens começaram de 2005, mas o filme só foi lançado em 2007, as locações foram realizadas na cidade do Rio de Janeiro, onde Copacabana foi transformada no Rio Nilo. Textos de Plutarco formam a base roteiro do filme. De início, a idéia do diretor era convidar o ator egípcio Omar Shariff, para participar, interpretando um sacerdote, mas devido ao baixo orçamento, não foi possível. Cleópatra é apresentada, no filme, de maneira sedutora e passional, mas sem deixar de lado a vocação política, a ousadia estratégica e a ambição da personagem. Foram pesquisados cerca de 200 quadros relacionados ao contexto do filme para se criarem cenas e cenários.
O filme venceu em 2007 o Festival de Cinema de Brasília. Apesar das inúmeras comparações com as versões anteriores, como a mais famosa, com Elizabeth Taylor, o longa ganha identidade e pode vir a ser uma referência no cinema nacional. A motivação do diretor veio da constatação de que não há quase nada sobre Cleópatra na literatura de língua portuguesa, com exceção de alguns versos de “Os Lusíadas” e um verso de Olavo Bilac. "Tentar ver esse mito da perspectiva da música da língua portuguesa, tal como ela se expressa no Brasil. É uma Cleópatra lírica, não épica", ressalta Bressane.
A polêmica versão nacional
Nessa Cleópatra de Bressane, o som é da música popular brasileira, o cenário é carioca, fatos que criam uma personagem única e diferente. Não é hollywoodiana, mas possui em suas atitudes e postura, a permanência do mito que a predestina. Ela é conhecida do Oriente ao Ocidente, de Roma ao Egito, é erudita e simples, tem um pouco de cada para realçar todos os seus contrastes. Embora classificado como um drama biográfico, o filme é cheio de cenas de amor e de aventuras, capaz de criar um vínculo de identidade entre o telespectador brasileiro e a história da rainha, que no fundo só queria ser ela mesma: amar e ser amada, e também, um pouquinho de poder, como toda mulher sempre sonha em ter.
Cleópatra é o tipo de mulher que causa inveja a qualquer uma outra: nenhuma amou tanto ou foi tão amada como esta. E, mesmo com seu final infeliz, conseguiu a felicidade em seus romances. É um exemplo perfeito de beleza, inteligência e determinação e sempre teve vontade própria.
“Cleópatra, Como última representante da dinastia dos Ptolomeus, seduziu Júlio César com a sua cultura refinada, usando o seu grego arcaico. Já com Marco Antonio, seu relacionamento foi sobretudo carnal", diz o diretor. "Com César, ela desenvolve a idéia de fundir o Império Romano com Alexandria. A imagem é a da pirâmide que sobe. Com Marco Antonio, a pirâmide desce, vira vulva, é o abismo dionisíaco, a ponto de ela abandonar a vida que não fosse a vida sexual."
A inversão de poder entre Roma e Egito, entre homem e mulher, se expressa numa cena das mais curiosas, na qual César e Cleópatra falam cada um com a voz do outro.
Bressane encena sua "Cleópatra" na confluência entre a literatura, a pintura, a dança e acima de tudo, o teatro, "não apenas o teatro ocidental moderno, de palco e platéia, mas também o teatro primordial do transe, do terreiro".
Como sempre ocorre com a arte de verdade, há os que embarcam e os que ficam de fora. "Hoje há uma padronização de tal ordem no ritmo das imagens que tudo o que foge dos clichês dominantes é tido como fora da lei. Em Brasília, pedi paciência ao público. Ao fim, a maioria aplaudiu o filme, que não era feito para isso. É sinal de que houve comunicação."
Saiba mais... A Vida da Rainha Cleópatra
Uma linda mulher, rainha, cobiçada por diversos homens, teve a vida cercada de poder e luxo em uma época em que seu país era soberano, porém nada disso impediu o seu fim trágico. Casou-se com seu irmão, para assim poder governar o Egito.
Teve um romance com Júlio César e mais tarde com Marco Antonio. Em seu declínio a rainha se suicida envenenada por uma serpente.
Nascida em 69 a.C. na cidade Alexandria, filha de Ptolomeu XII e da Rainha Cleópatra V, apesar de ter nascido em solo egípcio pertencia a uma dinastia macedônica. Sabe-se pouco sobre sua infância e adolescência, mas sobre sua vida no comando do Egito existem inúmeras histórias. Além de ser uma mulher bonita, Cleópatra é conhecida pela sua inteligência e diplomacia.
Antes do falecimento de seu pai, em 51 a.C., ela e o irmão Ptolomeu XIII foram nomeados soberanos do Egito. Seguindo o costume de sua dinastia, Cleópatra se casou com o irmão.
Desde que assumiu o trono, ela percebeu que Roma era uma nova potencia e que caso desejasse manter-se no poder deveria manter boas relações com a Cidade Estado. Por seu comportamento em lutar contra Júlio César, os conselheiros insinuaram que ela pretendia governar sozinha, fato que a fez ter de fugir para o sul Egito. Sua vida foi uma verdadeira aventura que ainda hoje é lembrada e estudada pela humanidade.
Por Fábio Barbosa e Diego Francisco
Foto: Divulgação
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